Interessante você pensar hoje em concurso público, quando se há, cada vez menos tempo para se dedicar. Isto não conta apenas o tempo que você precisa para estudar, mas sim o que você desenvolveu no dia-a-dia: seja com erros ou acertos; seja no trabalho ou didática própria em livros, artigos e referências; seja atuando em cursos e eventos como professor ou como ouvinte; seja a partir do network pessoal ou rede de relacionamentos; então, se você concorda comigo até aqui, você começa a perceber que além do estudo para preparação até o dia da prova, você deveria ter acrescentado aquele hábito de aprendizado diário voltado para área de conhecimento que você não teve afinidade ou oportunidade para aprender. E isto não é nenhuma novidade!
Pelo que pude acompanhar em editais para o semestre de 2009.1, temos uma interseção de que praticamente 65% do assunto cobrado nos editais são os mesmos em IHMO, isto para o cargo de Analista de Sistemas para Desenvolvimento de Software. No entanto, os outros 35% fica por conta de novos conceitos e paradigmas, juntamente outros assuntos inexistentes que varia de edital para edital.
Bem, não sou especialista em concurso público, tampouco concurseiro, longe disto, bem como sequer pensei ou planejei publicar algo sobre o assunto, mas não pude deixar passar a oportunidade de expor algumas considerações de forma espontânea, após ter feito prova para o concurso para Tribunal de Contas da União (TCU) do cargo de Analista de Desenvolvimento de Sistemas, mesmo ainda no aguardo do resultado.
Fiquei surpreso não só pela distribuição dos temas e questionamentos abordados nas provas objetivas e discursivas, mas pela organização e didática ao ilustrar com imagens e textos de referências que ajudam a nos contextualizar sobre o assunto. Não estou falando isto porque é da cespe, meu foco é sobre o desafio da prova, e apenas isto.
A prova foi dividida em 2 dias, tendo consequentemente 2 provas com respectivo caderno para conhecimentos básicos e específicos, possuindo assim 100 questões objetivas em conjunto com 2 questões discursivas para cada carderno de prova. Fiz abaixo uma ilustração de como ocorreu (veja aqui de forma analítica retirada de edital):
Não contei acima com a avaliação de titulações, que dependendo do seu coeficiente, vai fazer uma diferença danada, mas focando nas provas, podemos perceber que a experiência no assunto facilita bastante na resolução, bem como no desenvolvimento dos hábitos acima citados. Esta experiência não necessariamente precisa ser atuada, ela pode ser passiva como por exemplo ouvindo a rádio voz do brasil, assistindo vídeo-aulas, entre outras formas de aprendizado interativo.
Outro aspecto importante deste desafio, além da corrida conta o tempo foi com certeza a prova discursiva, onde cada área de conhecimento exigida associa você a uma perspectiva de perfil esperada pela organização, ou seja, é constatado que além da avaliação dos aspectos técnicos, são avaliados capacidade de assertividade e melhor eficiência na resolução do problema tratado, o que nos faz concluir que quanto maior seu envolvimento no assunto, boas são as chances de manter esta assertividade.
Para prova de conhecimentos básicos caíram 2 questões discursivas, a 1ª questão abordou processo decisório na perspectiva do processo e do problema, ainda requerendo também sob decisões programadas e não-programadas, contextualizando com informações do ponto de vista de Chiavenato e da Matemática. Já a 2ª questão tratou de um problema específico de Licitações, quanto a sua modalidade com ou sem dispensa, bem como formas de contratação para outra esfera da administração(direta e/ou indireta) formulados a partir de um texto dissertativo fundamentado de entendimento do TCU.
Focando na prova específica, foi bem interessante, para não dizer difícil, inclusive a discursiva, o qual a 1ª questão exigiu expor informações e diferenças sutis específicas entre o ITIL em versão 3 e COBIT, e a 2ª questão descrever e elaborar uma arquitetura de projeto de software envolvendo diversos requisitos funcionais e não-funcionais de cordo com necessidade especificada. Considerei difícil apenas porque nunca tive contato, até o momento, com ITIL e COBIT, mas planejo em breve estudar e conhecer mais sobre o assunto.
Não vou entrar em mais detalhes, inclusive técnicos, mas faço um desfecho motivando as pessoas a se auto-avaliar após a realização de concursos sob aspectos que possibilite avaliar: seus próprios conceitos e argumentações; seus acertos, falhas e equívocos; apronfundar e reformular seu senso crítico; aspectos técnicos a revisar, entre outros; onde de fato, a partir daí, você começa a desenvolver suas próprias correntes de pensamento, melhorando além de seu conhecimento e sua área de atuação, e é claro, consequentemente sua capacidade assertiva(eficiência). É notório não querer seguir o caminho inverso ?
Em concursos como este, e, principalmente os de autarquia federal existindo questões objetivas e discursivas neste nível, não adianta comprar materiais apostilandos express, bem como inscrever em cursinhos macdonalds motivacionais.
Poupe seu dinheiro, trace objetivos de curto prazo quanto ao que você realmente precisa e monte um plano de ação mesmo que em paralelo. Afinal, é importante haver um começo, uma mudança, e de hábito, mesmo que seja de tempo irrizório como 1 hora diária. É como correr na academia, primeiro você começa correndo 400 metros sem parar, daqui a pouco você percebe que está correndo 4 quilômetros.
Caso você queira fazer concurso por experiência/aprendizado ou por sua conta em risco(sua intuição), quanto a isto tudo bem, mas do contrário, você irá gastar dinheiro em vão, podendo realizar o download da prova depois em casa e honrar sua capacidade e competência. Para a prova discursiva, você pode também digitalizar o rascunho e enviar por e-mail para um amigo ou conhecido corrigir, para que pelo menos você tenha feedback crítico de alguém que estudou e saiba mais sobre o assunto. Mais ou menos como fez este colega.
Então se você for encarar um concurso, analise bem os riscos e sua capacidade, leia atentamente o edital, acompanhe grupos de discussões e fóruns, faça provas anteriores e simulados, veja quantitativo de vagas, requisitos e atribuições para avaliar ao menos se vale a pena concorrer e fazer valer a pena o investimento de inscrição e egresso para realização de prova, e antes de ocorrer a infelicidade de não passar nos 10% de aproveitamento, como foi no meu caso, mas valeu bastante o aprendizado e fica para uma próxima oportunidade! 😀
Deixo por final algumas informações interessantes mencionadas por Willian Douglas sobre como proceder para passar em concurso público, bem como as provas com respectivos gabaritos oficialmente definitivos após recursos:
Prova Dia 1 : Conhecimentos Básicos : Gabarito
Prova Dia 2 : Conhecimentos Específicos : Gabarito
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